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Revitimização: o que é e como evitar

  • Foto do escritor: Caju Vicente
    Caju Vicente
  • 3 de jun.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 20 de jun.

A comunicação de causas sociais tem o poder de mobilizar, sensibilizar e transformar. Mas quando não é feita com o devido cuidado, pode reforçar estigmas, explorar a dor e acabar revitimizando quem mais deveria ser protegido.


O que é revitimização no contexto de comunicação?


Revitimizar significa expor uma pessoa, ou grupo, a uma experiência de sofrimento já vivida, reforçando sua condição de vítima. Em campanhas sociais, isso pode acontecer quando se usa imagens ou narrativas que enfatizam a dor, a carência ou o desamparo como forma de gerar empatia.


Apesar da intenção ser sensibilizar, o resultado pode ser o oposto: estigmatização, sensação de exposição e desrespeito à dignidade do retratado.


A revitimização ainda é uma prática comum em campanhas de DRTV (Direct Response Television), que muitas vezes explicitam a dor para gerar comoção e conversão rápida. Embora esse tipo de abordagem possa trazer resultados imediatos, ela pode também comprometer a dignidade das pessoas retratadas e enfraquecer a imagem institucional no longo prazo.



Um exemplo de comunicação sem revitimização:


O filme produzido pela Social Docs para Médicos Sem Fronteiras é prova de que campanhas eficazes não precisam recorrer a revitimização.



Em vez de mostrar apenas o sofrimento, o filme destaca as transformações geradas pelas doações, o protagonismo das pessoas atendidas e o trabalho dos profissionais em campo.


A ação conseguiu sensibilizar e gerar resultados concretos em captação, promovendo um aumento de 600% no interesse pela doação de heranças para Médicos Sem Fronteiras, tornando-se um case de referência em storytelling ético, divulgado pela Aberje.



Princípios do storytelling ético

Alguns pilares devem ser seguidos para evitar a revitimização:

Consentimento:

garantir que a pessoa retratada entenda e aceite a forma como sua história será usada.


Colaboração e escuta:

construir a história junto com a pessoa, não apenas sobre ela.


Responsabilidade cultural:

respeitar o ambiente, os costumes e as particularidades de cada região retratada.

Narrativas com dignidade:

priorizar aspectos de superação, competência e protagonismo.


Contexto ético:

evitar o recorte sensacionalista e oferecer um panorama mais amplo do problema abordado.


Histórias com responsabilidade sensibilizam sem explorar. Comunicar com respeito também é gerar impacto.


Na Social Docs, acreditamos que o audiovisual pode ser uma ponte entre causas e pessoas. E quando essa ponte é feita com ética, o impacto é ainda maior.


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